Alunos e funcionários fazem ‘abraço gigante’ ao redor de creche em que diretora levou chinelada no rosto - Goiânia-GO

Foto/Divulgação

Goiás
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Mãe de um aluno foi filmada agredindo a servidora. SME afirmou que a diretora que foi agredida participou do ato e está recebendo todo o apoio administrativo e jurídico da pasta.

Alunos e servidores fizeram um ato ao redor do Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) Jardim Primavera nesta quarta-feira (31), em Goiânia. O “abraço gigante” foi promovido após um caso de agressão na unidade. A mãe de um aluno e foi filmada dando chineladas no rosto da diretora.

A ação foi promovida pela Secretaria Municipal de Saúde (SME), a comunidade também participou e as pessoas seguraram cartazes pedindo paz. A diretora que foi agredida participou do ato e, segundo a SME está recebendo todo o apoio administrativo e jurídico da pasta.

“O evento incentivou a cultura do diálogo e da paz na Rede Municipal de Ensino e conscientizou a comunidade sobre a importância do respeito ao trabalho desenvolvido pelos profissionais de Educação”, escreveu a SME em uma rede social.

 
Agressão

A agressão aconteceu na última segunda-feira (29) e, segundo a diretora, que preferiu não se identificar, a mãe a agrediu porque quis deixar no Cmei o filho, de 3 anos, mesmo após a professora identificar que ele com febre. Por protocolo, a direção pediu que ele fosse levado de volta para casa, o que teria revoltado a suspeita.

No vídeo é possível ver que a mãe do aluno pega o chinelo que estava calçando e corre em direção à diretora quando percebeu a filmagem do momento. A mulher dá duas chineladas no rosto da docente.

Um homem entra na confusão e aparta a briga, mas a mãe volta a agredir a diretora. Assustados, os funcionários do Cmei pedem para alguém ligar para a polícia. Durante a filmagem, a mulher ameaça a diretora de morte.

 
 
Desacato

A mulher suspeita de agredir a diretora é investigada por desacato, segundo a delegada Amanda Menuci. A mulher é mãe de um aluno e foi filmada dando chineladas no rosto da docente, em Goiânia.

“Ficou muito claro que a autora dos fatos queria, de fato, humilhar a diretora e a professora e aviltar a honra delas enquanto servidoras. As chamava de preguiçosas e outras palavras de baixo calão”, explicou.

Amanda Menuci informou que a mãe ficou em silêncio durante o depoimento e, como o nome dela não foi divulgado, não localizamos a defesa para se manifestar até a última atualização desta reportagem.

Se condenada por desacato, a mulher pode cumprir pena de detenção de 6 meses a 2 anos. A delegada explicou que, por se tratar de um crime com pena de até 2 anos, ele é investigado por termo circunstanciado de ocorrência (TCO).

“O TCO já foi confeccionado, nós ouvimos as partes e a autora permaneceu em silêncio, vai se manifestar somente em juízo. Ouvimos testemunha, anexamos o vídeo e o termo será encaminhado ao Poder Judiciário nos próximos dias”, pontuou.

Na manhã da última terça-feira (30), servidores do Cmei, familiares e amigos se manifestaram pedindo justiça (veja acima). Em cartazes, eles pediram pela mudança da tipificação do crime de “desacato” para “ameaça”. No entanto, a delegada narrou que, no contexto jurídico, o desacato prevalece.

“Juridicamente, existe um entendimento de que, quando uma ameaça, lesão, ou até mesmo uma agressão, é praticada no contexto do desacato, o desacato é o crime que prevalece, inclusive ele é mais grave que o crime de ameaça, a pena dele é maior”, completou.

A titular da investigação descreveu que seria possível que a mulher respondesse pelos dois crimes, ameaça e desacato, se eles tivessem acontecido em contextos separados.

 

Fonte: G1

 

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