MP apura corrupção de R$ 15 milhões e fraude em licitações de obras na Prefeitura de Formosa entre 2017 e 2018

Foto/Divulgação

Goiás
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Foram apreendidos documentos, computadores e celulares. Segundo as investigações, empresas combinavam quem ia ganhar licitação e repassavam porcentagem a outros envolvidos.

O Ministério Público fez uma operação nesta sexta-feira (2) para apurar o pagamento de propina e fraudes em licitações de obras na Prefeitura de Formosa, no Entorno do Distrito Federal, nos anos de 2017 e 2018. Entre os investigados estão ex-secretários, uma servidora pública e empresários. O prejuízo estimado até o momento é de mais de R$ 15 milhões.

O promotor Douglas Chegury explicou que as licitações eram fraudadas para beneficiar empresas específicas, que faziam parte do esquema. “As empresas combinavam entre si quem ganharia aquela licitação. As outras ofereciam preços mais altos, direcionando a licitação. Depois, a empresa que ganhava a obra pagava de 20% a 25% de propina para os envolvidos”, disse.

Em nota, a Prefeitura de Formosa ressaltou que os fatos investigados aconteceram em gestão passada e defendeu que “todas as denúncias sejam apuradas e os culpados sejam exemplarmente punidos na forma da lei”.

Os investigados na Operação Pedra de Roseta são os ex-secretários de Obras Jorge Saad Neto, e Finanças Luís Gustavo Nunes, os servidores da prefeitura Tarlley Iamaro de Araújo e Diego Pereira de Sousa, a ex-pregoira Aline Aparecida da Silva e os empresários Vanessa Martins Araújo Fernandes e André Luís Gontijo de Sousa.

As defesas de Tarlley e dos empresários Vanessa e André disseram que não tiveram acesso aos documentos da investigação para entender os detalhes da operação e que apenas depois disso irão se manifestar. Não conseguimos contato com as defesas dos demais investigados até a última atualização dessa reportagem.

Os detalhes sobre o esquema foram descobertos após a colaboração de um empresário que participava do esquema e não teve o nome divulgado. Por ter ajudado com as investigações, ele não será denunciado. O promotor disse que as licitações eram feitas por Aline para beneficiar algumas empresas. O dinheiro da propina era repassado pelos empresários para os servidores Tarlley e Diego, que entregavam para os ex-secretários Jorge e Luís.

 

Lavagem de dinheiro

Chegury explicou que, com o dinheiro da corrupção, os investigados compravam bens e colocavam em nome de familiares. “Tem registro da compra de gado no valor de R$ 1 milhão, R$ 2 milhões. Eles também compravam empresas e colocavam no nome de laranjas”, disse.

O grupo é investigado pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, fraude a licitação, falsidade ideológica e corrupção. Durante a ação foram empreendidos documentos, computadores e celulares, que serão periciados em busca de provas que ajudem a fortalecer as apurações do MP.

 

Fonte: G1

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