Empresa tinha sido informada sobre porta de ônibus estragada antes de estudante cair e morrer atropelada, diz polícia - Goiânia-GO

Foto/Divulgação

Goiás
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Vídeo mostra quando estudante cai após porta abrir, em Goiânia. Segundo a polícia, a documentação enviada pela Metrobus deve ser analisada e as testemunhas serão ouvidas.

A empresa responsável pelo ônibus em que a estudante Leidiane Teixeira, de 28 anos, morreu em Goiânia após cair quando porta se abriu sabia que veículo estava com defeito, segundo a Polícia Civil. A delegada Maira Barcelos explicou que motoristas da Metrobus, responsável pelo ônibus, já haviam relatado o defeito da peça em questão para a empresa. Um vídeo mostra quando estudante cai após porta abrir.

"Temos relatos de motoristas informando que esse problema na porta já havia sido relatado anteriormente", disse a delegada.

"Havia um desgaste na peça de travamento dessa porta que fazia com que uma simples pressão sobre ela a abrisse. Foi o que aconteceu no caso da Leidiane", completou.

A Metrobus afirmou que ainda não foi informada sobre a conclusão do laudo pericial e que vai se pronunciar somente para as autoridades responsáveis após o recebimento oficial do documento. Além disso, afirmou que "vem colaborando com as investigações e que prestou todas as informações correspondentes à manutenção preventiva do ônibus".

O acidente foi por volta de 13h30 do último dia 17 de agosto, perto da Estação Palmito, no Jardim Novo Mundo. A mulher chegou a ser levada para o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), onde ficou internada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas não resistiu aos ferimentos e morreu na quinta-feira (18).

Na ocasião, a jovem levava uma marmita para o marido, quando se desequilibrou e tentou se segurar na porta, mas caiu para fora do veículo.

Segundo a delegada, a polícia recebeu uma vasta documentação da Metrobus e da Polícia Técnico-Científica, que realizou a perícia no veículo, que será analisada. Nessa documentação da empresa consta o relato dos dois motoristas que relataram o defeito na peça de rolamento que fazia o fechamento e a manutenção da porta fechada.

De acordo com a polícia, os dois relatos foram realizados nos dias 26 de julho e 11 de agosto deste ano. Entre os documentos enviados à polícia, está o relatório de manutenção de janeiro até a data do acidente. A documentação será analisada com o objetivo de saber se foram realizadas manutenções após o relato do defeito e se, caso tenham sido feitas, se foram da forma adequada.

A delegada ainda informou que o motorista que dirigia durante o acidente de Leidiane não foi os que relataram o defeito na porta. A polícia não sabe informar se ele sabia do defeito.

"Se ficar comprovada que algum servidor tinha que ter feito essa manutenção e não o fez, ele também pode responder por homicídio culposo", explicou.

A polícia também afirma que alguns laudos ainda estão no Instituto de Criminalística e devem ser encaminhados à delegacia nos próximos dias. Entre eles, a avaliação da pista, a velocidade da pista e sobre a própria dinâmica do acidente, como o motivo pelo qual a estudante se desequilibrou. Também deve ser enviado o laudo de vistoria do veículo para saber se alguma outra peça ou equipamento está estragada.

Além da análise da documentação que já foi e que será entregue à Polícia Civil, a delegada detalha que serão ouvidos a chefe de manutenção dos veículos, o motorista que conduzia o veículo durante o acidente, os condutores que relataram as falhas e as testemunhas que presenciaram o fato.

"Só depois dessas oitivas será possível saber quem teve culpa nesse acidente", pontuou.

 

Recomendação do Ministério Público

Após o acidente, o Ministério Público recomendou que os veículos com mais de cinco anos de uso sejam retirados da frota. Além disso, o órgão pediu que ônibus sucateados vindo de outras unidades da federal não sejam usados.

“A situação dos ônibus é precária, é muito difícil a forma que eles estão tratando a segurança dos usuários e dos próprios funcionários”, disse a promotora Leila Maria.

Segundo o MP, o prazo de cinco anos de uso dos ônibus é uma média segura para circulação de veículos que prestam esse tipo de serviço. A promotora apura ainda o uso de ônibus sucateados em trechos do Eixo Anhanguera que vêm de Brasília, são reformados e colocados em operação.

 

Fonte: G1

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